Francisco Fanhais - cantata da paz, 1970
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"A 31 de dezembro de 1968, cerca de 150 católicos entraram na igreja de S. Domingos, em Lisboa, e nela permaneceram durante a noite, depois de o papa Paulo VI ter decidido, no mesmo mês, que 1 de janeiro passaria a ser assinalado pela Igreja como Dia Mundial da Paz.
A iniciativa contra a guerra colonial, e de oposição ao regime ditatorial de então, foi vigiada pela polícia política, tendo terminado sem incidentes. Sophia de Mello Breyner escreveu propositadamente para essa vigília a "Cantata da Paz", que ficou conhecida pelos primeiros versos, «Vemos, ouvimos e lemos/ Não podemos ignorar». Quatro anos depois, nos últimos dias de 1972, ocorreu na Capela do Rato nova vigília de protesto contra o regime, que acabou com a invasão do templo por parte da polícia. Os participantes foram levados para a esquadra e a maioria foi presa.» Cantata da paz, de Sophia de Mello Breyner Andresen (poema) e Francisco Fernandes (música), por Francisco Fanhais – cantata gravada em 1970 pelo então padre Francisco Fanhais, foi uma das canções de intervenção que mais se cantaram em Portugal a partir desse ano e até 1974, ano da implantação da democracia."
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